Contracep teve lotes recolhidos das fármacias no início deste mês.
Caso é investigado para apontar se falha é do remédio ou foi causada por outros fatores.
Isabela Noronha
Do G1, em São Paulo
Um mulher de 20 anos, moradora da Zona Oeste de Ribeirão Preto, a 314 km de São Paulo, ficou grávida mesmo usando o anticoncepcional injetável Contracep, fabricado pela empresa EMS Sigma Pharma. A Secretaria de Saúde do município avalia o medicamento, para esclarecer se a falha é dele ou foi provocada por outros fatores.
“Não está fechado que ela engravidou por conta de falha de medicamento. Temos que considerar que todos os métodos anticoncepcionais podem falhar”, afirmou Fátima Bonifácio Heck, coordenadora do Programa de Saúde da Mulher de Ribeirão Preto. Segundo a coordenadora, as chances de uma mulher engravidar mesmo usando um método anticoncepcional injetável são de 0,3%.
O Contracep também está sendo investigado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em 12 de novembro, três lotes do medicamento foram interditados em todo o país, depois que análises do Instituto Adolfo Lutz indicaram teor do princípio ativo, aspecto e volume "insatisfatórios".
Mas de acordo com o secretário municipal de Saúde de Ribeirão Preto, Oswaldo Cruz Franco, o lote do Contracep usado pela mulher que ficou grávida não está entre os interditados. “Pela duração, essa gravidez não ocorreu nesse lote (interditado pela Anvisa)”, diz. Ela teria tomado pelo menos duas doses. Uma em junho e a outra, em setembro. De acordo com o secretário, os médicos de Ribeirão desconfiam que a gestação já estava em andamento quando a mulher tomou a injeção a última vez.
A Anvisa informou que ainda não tem dados conclusivos sobre os lotes do Contracep analisados. A investigação deve ser concluída até 12 dezembro. Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da EMS Sigma Pharma informou que a empresa está adotando todas as medidas administrativas e judiciais apropriadas para o caso e a infra-estrutura montada para o atendimento às usuárias permanece em funcionamento.
A empresa tem um canal de atendimento direto às usuárias do medicamento pelos telefones 0800-194966 e 0800-7076684.
Corrida ao posto
Em Ribeirão Preto, o anúncio da interdição do Contracep provocou a ida de muitas pacientes a postos de saúde. “Muitas mulheres têm ido para esclarecer dúvidas, mas nada alarmante”, relata Fátima.
De acordo com ela, aquelas que tiverem indicação de tomar o anticoncepcional injetável devem procurar o posto de saúde. “Estamos passando ao médico para providenciar a troca para uso de outro método”, conta. Exames de gravidez, segundo a coordenadora, também podem ser feitos na hora.
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