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quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Previdência privada cresce entre jovens e classes populares

da Folha Online

O brasileiro está mais preocupado com futuro e, portanto, em buscar alternativas de planejamento familiar. Nos seis primeiros meses deste ano, os planos de previdência privada para menores de idade cresceram 80,67%, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).

A expansão de 38% nas contratações da modalidade VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) também é um indicativo de um novo perfil de interessados na previdência complementar, afirmou o presidente da Fenaprevi, Antonio Cássio dos Santos.

"O VGBL, pelo formato e simplicidade, tem se tornado um produto de inserção social. Com R$ 20 e R$ 25, as classes mais populares encontraram uma forma de poupar em um fundo", afirmou Santos.

Indicado para o investidor que não declara imposto de renda pelo modelo completo, o VGBL também passa a competir com a renda fixa, segundo o presidente da Fenaprevi. "Quem tem um pouco mais de dinheiro pode negociar a taxa de administração e, nesse sentido, passa a competir com fundos de renda fixa", disse.

"Sistematicamente, é um produto que paga mais que rendimentos tradicionais, como a poupança e a renda fixa, e menos que as aplicações mais alavancadas, de renda variável."

Ao todo, o mercado de previdência complementar aberta somou entre janeiro e julho deste ano R$ 12,4 bilhões em captações. O crescimento foi de 26% em relação ao mesmo período anterior.

No acumulado do ano, a maior fatia ficou com os planos individuais, aqueles contratados com recursos financeiros próprios, que responderam por 78,09% do total dos recursos de previdência complementar, seguido pelos planos empresariais (ou coletivos), com 16,39% do total de captação entre janeiro e junho deste ano.

Os planos para menores (ou jovens) ainda têm participação pequena no total de captações por tipo de plano--cerca de 5%--, mas é responsável pela maior expansão no semestre. Para Santos, o potencial de penetração deste mercado ainda é de 90% e as captações devem aumentar quando novos operadores ingressarem neste segmento. Atualmente, quatro empresas oferecem a modalidade.

"O seguro para menores passa a ser usado para realização de sonhos, como o intercâmbio no exterior, a faculdade ou o primeiro carro. Serve de planejamento familiar para os filhos realizarem seus objetivos", disse Santos.

Na esteira dos resultados do seguro para jovens, a Fenaprevi planeja o lançamento de dois novos planos, o VGBL Educação e o Saúde, que deve ter tratamento tributário diferenciado, segundo Santos.

Declínio

Quanto à queda no semestre de captações da modalidade PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), Santos afirmou que ainda é cedo para falar em estagnação deste segmento. Recomendado para quem declara imposto de renda, já que permite deduzir até 12% do montante a ser pago à Receita Federal, o PGBL captou R$ 2,068 bilhões --queda de 3,22% no período.

"Este segmento está a 35% de penetração. Há espaço para ampliar, mas precisamos divulgá-lo entre médias e pequenas empresas, que não têm tradição em contratar previdência complementar como ferramenta de retenção de talentos [profissionais]", disse o presidente da Fenaprevi.

A captação dos planos tradicionais, que garantem rendimento do IGPM mais taxa de juros de 6%, mas que praticamente não são mais oferecidos pelas seguradoras, cresceu 18,21% no período, somando R$ 1,7 bilhão até junho deste ano.

Reservas

Em relação a todos os produtos de previdência complementar, o nível de reservas técnicas -- recursos acumulados pelos participantes do sistema de previdência complementar-- chegou a R$ 106,83 bilhões até junho de 2007, em alta de 26,17% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O dado é acumulado desde o início da série.

A carteira de investimentos, que inclui as reservas técnicas, as reservas livres, o capital de seguradoras e outros valores, cresceu 24,60% em junho deste ano em relação ao mesmo mês do ano anterior. Com isso, a carteira do setor acumulou R$ 110,943 bilhões enquanto, em junho de 2006, o valor verificado foi de R$ 89,04 bilhões. Os dados são acumulados desde o início da série.

Seguro para crédito

O mercado de seguros tem se beneficiado do aumento das operações de crédito no país. Conforme dados também divulgados nesta quarta-feira pela Fenaprevi, os seguros prestamistas (aqueles contratados pelas financeiras para garantir o pagamento de prestações do comprador) cresceram 53,43% no primeiro semestre deste ano. A modalidade movimentou R$ 969,1 milhões no período.

No total, o mercado de seguros de pessoas atingiu R$ 5,2 bilhões no primeiro semestre de 2007, em alta de 13,39% em relação ao mesmo período anterior. O levantamento não inclui o VGBL, considerado como produto de acumulação previdenciária.

Os seguros de acidentes pessoais individual somaram R$ 147,2 milhões no período (alta de 29,39%), e os coletivos, R$ 549 milhões, em expansão de 24,95%. Os seguros de vida individual, educacional e de rendas de eventos aleatórios avançaram 19,32%, 13,58% e 11,35%, respectivamente. Os seguros turísticos, por sua vez, recuaram 7,27%, a R$ 6 milhões em prêmios diretos.