Estudo preliminar indica ineficiência em diminuir o espessamento das artérias.
Garante, no entanto, a eficácia contra o colesterol.
Do site do G1
Após a divulgação de um estudo sobre a eficácia de medicamentos contra colesterol, realizado pelos laboratórios Schering Plough e Merck, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, nesta terça-feira (15), que irá pedir os dados da pesquisa para estudar e analisar as informações usadas pelas empresas.
O estudo só será finalizado em março deste ano e, segundo informações do laboratório Shering Plough, ainda é cedo para divulgar qualquer resultado com total certeza.
A Anvisa ressalta que o estudo não mudou em nada a resolução que os medicamentos têm junto ao órgão: eles fazem exatamente aquilo que têm de fazer e continuarão sendo vendidos normalmente. A pesquisa, ainda segundo a Anvisa, confirmou a eficácia dos princípios ativos em cumprir as informações contidas nas bulas.
No relatório divulgado pelos laboratórios, eles confirmam: “Em geral, os perfis de segurança de ezetimibe/sinvastatina e sinvastatina monoterapia foram semelhantes e consistentes com as respectivas bulas.” Segundo declarações da Anvisa, o estudo feito pelos laboratórios tinha a intenção de conhecer os efeitos da ezetimiba na pressão arterial.
- Estudo completo
Liberados nessa segunda (14), os primeiros dados da pesquisa indicam que a ezetimiba, princípio usado no Zetia, do laboratório Schering-Plough e no Vytorin, do Merck, não reduz o espessamento de artérias, apesar de intensificar o controle de colesterol. O estudo foi feito com 720 pessoas que apresentam problemas genéticos de alta produção de colesterol.
O grupo foi dividido e metade das pessoas tomou somente o princípio ativo sinvastatina, que faz parte da composição dos remédios. A outra metade foi tratada com sinvastatina e ezetimiba. O resultado indicou que, apesar de apresentarem uma diminuição maior no nível de colesterol, os pacientes que fizeram uso do remédio composto não tiveram a redução intensificada no espessamento de artérias se comparados ao primeiro grupo.
A maior dúvida que esse resultado deixa é a necessidade de tomar um remédio com dois princípios que agem de forma semelhante. “A propaganda desses remédios é que, além de reduzirem o colesterol, também diminuem a arteriosclerose - endurecimento e espessamento da parede das artérias. Se a ezetimiba não traz nenhum benefício a mais, para que tomar dois medicamentos, sendo que a pessoa terá mais efeitos adversos?”, explica a professora de farmacologia da Universidade de Brasília (UnB), Daydelane Mendonça.
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